O DIA EM QUE GERSON LIBEROU A MACONHA

Uma mulher passa pela sala de jantar de sua casa na segunda à noite e vê O Globo de domingo sobre a mesa. A manchete em letras garrafais:”Brasil já comercializa e consome’drogas legais'”. Peraê!!
A revista do jornal me dá as informações. Fabricados em laboratório, produtos semelhantes às drogas ilícitas simulam seus efeitos e ganham força no Brasil e no mundo.Maconha legalizada? Cocaína legalizada? Ecstasy legalizado? Opa! Sinal dos tempos? Filme de Kubrick? Fui ler o troço todo para ver se entendia.
O cientista “descobre” ou “encontra” ou “cria” substâncias sintéticas ainda não cadastradas pelas ANVISAS do mundo, e faz droguinhas com embalagens coloridas e atraentes, nomes sugestivos e efeitos idênticos ao das drogas comuns.
Me lembrei imediatamente do último TV Pirata que passou na televisão, em 1989, onde aparecia uma propaganda dos “finos Lennon, o fino que satisfaz”, numa sátira à liberação da maconha para consumo pessoal.
Acontece que não é assim tão simples, não, senhores e senhoras. A ressaca é a mesma, diz um usuário. Os danos à saúde devem ser muito piores, por tratar-se de drogas sintéticas cujos efeitos nem mesmo foram pesquisados. Só que, ao realizar um exame ou ser pego portando uma substância que não é cadastrada como droga, o sujeito se livra da cadeia. Ou seja, é Gerson, (aquele da lei do mais esperto) passando a perna na polícia. Mas está doidão e detonando com a própria saúde como sempre fez.
Ah! mas tem um lado bom: Se os governos deixarem de ser hipócritas e os cientistas produzirem suas “legal highs” (nome do troço) com regulamentação pra fabricação e uso, incluindo bula com maniera de usar, dose recomendávelealertas de danos á saúde,o tráfico cruel e assassino que compra policiais, políticos e jovens, fica fraco. Acaba. Muito melhor ficar doidão pagando á empresas legais que geram impostos que pagando ao Fernandinho Beira-Mar, ou não?

Whiter than white - naughty but nice !!! something to help you stay up for the night, with 1 gram of Raz!

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Na Nova Zelândia, durante os oitos anos em que era permitido e regulado seu uso e venda, empresas e governo trabalharam juntos para minimizar riscos e cogitava-se um país onde não mais haveria mercado ilegal de drogas. Fernando Gabeira e Fernando Henrique (o Cardoso, lembra?) acreditam que esse é mais um motivo para se pensar em legalização.
As drogas existem e em qualquer esquina se pode comprar. E as pessoas compram e as pessoas usam. Hipocrisia achar que não é assim. E as políticas antidrogas não andam mais rápido que a tecnologia pra a criação de novas substãncias. Ou seja… Sempre vai ter doidão, sempre vai ter droga. mas agora existe uma saída para que isso se regule.
A ONU, embora seja contra a legalização, é a favor da descriminalização e da discussão de novas políticas. Essa atual, já era.
Legal high também vicia, tá?!
Como hoje é dia da liberdade de pensamento, digo que a Mulher Polvo é a favor dessa discussão, mas não a favor do uso. Um libertário papo-reto-sincero-sem-hipocrisia nuncafez mal a ninguém.

VOCÊ COMPRARIA ESSE LIVRO PARA SEU FILHO?

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O argumento é interessante: a maconha está em volta das crianças e é preciso que elas (assim como nós) tenham informações seguras sobre o assunto, que não incite a curiosidade de experimentar, e que tire pais e mães que fazem uso da saia justa que é quando o filho vê algo ou sente um cheiro diferente.

O livro, em português está  aqui

Informações sobre o livro, em inglês, aqui

MACONHA EU IA DIZENDO…

Você pode fumar baseado, baseado em que você pode fazer quase tudo.
Pergunta pro Fernando Henrique (Cardoso) se você pode fumar. Eu tomei um baita susto quando descobri, através da resvista Época, que o nosso ex-ditador é a favor da legalização da maconha.
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O argumento é simples: o que se gasta em prevenção e correção não vale à pena, e ainda por cima, fortalece mais os traficantes.
Muitos anos atrás eu li um texto, se não me engano do Tutty Vasquez, que falava sobre a bendita legalização.
Ele dizia que o governo poderia criar, nos moldes das autarquias brasieliras, a MACONHABRAS, De forma que o matinho gerasse renda para os cofres brasieliros.
Imagina só, durante a propaganda do Fantástico, uma linda propaganda da maconhabras, com trabalhadores chapados passeando pelos verdes campos de Cabrobró. Talvez eles escrevam nos rótulos das embalagens (afinal um produto de uma autarquia brasileira não virá em trouxinhas ou em mutucas): “este produto pode causar encolhimento do seu cérebro”, “te deixar com sintomas psicóticos”, entre outras coisas.
Mal, muita coisa faz. Álcool faz tanto ou mais mal, traz inúmeros problemas de sáúde e tá ali, na esquina, no outdoor, na boca do povo. Mentira faz mal, preconceito faz mal. Intolerância, vejam só, faz um mal danado!
E os Elma Chips da vida? Não dão barato, mas detonam com a saúde.
Não acredito que fumar um baseado depois do trabalho, no aconchego do próprio lar seja crime ou que desmereça alguém. Mas dar dinheiro pra traficante que dá tiro em trabalhador, contrata crianças pra “olheiro”, isso sim, desmerece qualquer um aos meus olhos.
Com a legalização estaríamos sabotando boa parte dos lucros dos traficantes.
Mas no mundo nada muda assim, num passe de magica. Vai demorar pra sociedade em geral (os que não fumam, nem nunca fumaram) liberar.
Se a sua vizinha te ver fumando um baseado na praia, vai correndo contar pra todos no seu prédio: “eu falei, Cremilda, essa aí nunca me enganou… maconheira!!” Ou pra sua mãe, seu pai, seu chefe, e por aí vai.

Para saber mais: O fino da erva, Dau Bastos, 1999.